M.I.A. retornou às paradas graças à trilha de um hit nerd.

1 – Paper Planes – M.I.A.

Embalada por um coro de crianças de Brixton, em Londres, sons de caixa registradora e tiros de pistola, a canção – lançada originalmente em disco em 2007, mas elevada a hit em 2008 graças a sua inserção no trailer do filme maconheiro Pinneaple Express – é uma sátira sobre como os imigrantes são comumente estereotipados. Coisa fácil de escrever, já que M.I.A. viveu na pele recentemente tal situação. Ironicamente, foi a música que a levou ao mainstream nos Estados Unidos.

2 – Viva la Vida – Coldplay
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A grandiloqüência de Chris Martin atinge o ápice: conduzida por uma densa linha de cordas que lhe confere um tom épico, a faixa traz uma letra ambiciosa, porém repleta de otimismo.

3 – Human – The Killers

“Somos humanos ou dançarinos?” – o comentário sem sentido do jornalista Hunter S. Thompson foi longe. Acabou no refrão do hit do quarteto, um produto de – Johnny Cash e Pet Shop Boys”, nas palavras do vocalista Brandon Flowers.

4 – Machine Gun – Portishead

Bastou um sintetizador modificando uma bateria quase marcial para acompanhar a voz espectral de Beth Gibbons e o Portishead criou uma das faixas mais fortes – e sufocantes – de seu repertório.

5 – Never Miss a Beat – Kaiser Chiefs

Numa mistura de ode e crítica à ignorância, o Kaiser Chiefs aponta o dedo para a molecada inglesa. Divertida e apaixonante, como as gangues de pirralhos fantasiados que tomam as ruas no clipe .

6 – Mercy – Duffy

O delicioso hit – que faz Duffy pensar em sexo toda vez que o canta – ajudou a propagar o soul pelo pop, invadindo trilhas de seriados, novelas e, claro, os games.

7 – Pork & Beans – Weezer

Um riff repetitivo e um refrão que impregna mais do que gordura. Some isso à maior coleção de celebridades do YouTube já reunidas em um clipe, e o Weezer conseguiu emplacar mais um hit.

8 – I Kissed a Girl – Katy Perry

Depois de “Ur So Gay”, a ex-artista de Cristo colocou mais lenha na fogueira da etiqueta homossexual, cantando sobre uma intensa experiência lésbica… que jamais aconteceu na vida real.

9 – Time to Pretend – MGMT

Com letra que retrata cruamente o mundo dos rockstars e seus excessos, esta jóia da dupla mais cool de 2008 transcendeu a barreira do hit instantâneo para virar hino de uma geração hedonista.

10 – The Shock of Lightning – Oasis

Os Gallagher podem até ser esnobes briguentos, mas quando a paz reina, os fãs são presenteados com pérolas – como neste resgate do espírito quase hooligan dos primeiros discos do Oasis.

11 – Sex on Fire – Kings of Leon

O Kings of Leon surgiu como a salvação do rock, deu de ombros e amadureceu. A prova é esta música sacana, que fica o tempo todo roçando com a levada dançante, numa instigação infindável.

12 – Single Ladies (Put a Ring On It)– Beyoncé

Ela volta às paradas com o codinome de Sasha Fierce e um manifesto às solteiras em busca do amor, embalado em beats ultradançantes, prontos para a pista.

13 – Lollipop – Lil Wayne

O ex-prodígio do rap não abandona as megalomanias, mas com bateria seca, teclado mínimo e efeitos na voz deixa romântica a canção mais pornô do ano.

14 – Supernatural Superserious – R.E.M.

Um hit que dá um conselho a todos: deixar o passado para trás e aprender com os erros – sejam eles a causa de humilhações na adolescência ou impostos pelos energúmenos que controlam o mundo.

15 – Rock N Roll Train – AC/DC

Apesar de parecer uma versão renovada de – Highway to Hell”, os irmãos Young conseguiram fazer do primeiro single de Black Ice uma pedrada, com a louvável proeza de se esquivarem da autoparódia.

16 – Better – Guns N’ Roses

Umas das primeiras faixas de Chinese Democracy a ganhar a internet, a pseudobalada mistura eletrônica a bons riffs, em um dos raros momentos inventivos do disco de mais longa produção na história.

17 – All I Need – Al Green

A produção de ?uestlove e James Poyser deixou Al Green à vontade para fazer o que melhor sabe: soltar a voz. Como resultado, o pastor do soul emplacou um álbum no Top 10 após 35 anos.

18 – Many Shades of Black – The Raconteurs

Não fosse pela interpretação peculiar dos Raconteurs, esta homenagem às bandas da – British Invasion” ganharia cara de cover de banda de baile de formatura.

19 – Sensual Seduction – Snoop Dogg

Lançada em 2007, mas estourada em 2008, a sensualíssima faixa paga tributo à lendária Zapp Band, que infl uenciou o G-funk – estilo natural de Dogg.

20 – Real Emotional Trash – Stephen Malkmus

Se o indie pode ser progressivo, só o poderia ser nas mãos de Malkmus. No épico de 10 minutos, ele destila riffs elaborados, comanda jams intermináveis e cantarola versos carregados de poesia nonsense.

21 – Better Than This – Keane

A inédita inserção de uma guitarra dá caráter inovador e valoriza a voz de Tom Chaplin, que, pendendo entre o desespero e a esperança, nunca soou tão bem.

22 – Halo – Bloc Party

Forte e direta, a faixa é uma ode à paixão e à busca do amor como tudo o que mais importa, e é a prova de que o Bloc Party acerta até quando atira para trás.

23 – That’s Not My Name – The Ting Tings

Ingenuamente agressivo, estilisticamente retrô, o hit foi presença certa nas pistas em 2008. Lançado originalmente em 2007, deve render mais remixes em 2009.

24 – Don’t Watch Me Dancing – Little Joy

Binki Shapiro dá magia à canção, com sua aura acústica oferecida por instrumentos que se interpolam como em sonho.

25 – Venice Beach – Brian Wilson

Nesta celebração apaixonada a Los Angeles, Wilson exalta um ponto emblemático da cidade, – onde nada parece estranho ou fora de lugar”.

Fonte: Revista Rolling Stones – Jan/09

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