Olhada com respeito e veneração pelos povos orientais a flor de Lótus é freqüentemente
associada a Buda, por representar a pureza emergindo imaculada de águas lodosas.

Nós vivemos a época da desolação, da descrença, da desumanidade, da falta de fé.

Trabalhamos em profissões que não nos dizem nada, da qual muitas vezes não compreendemos sequer o sentido e pelas quais somos quase sempre mal remunerados.

Somos explorados pelo sistema, roubados pelos nossos políticos, enganados pela mídia, manipulados pela propaganda.

Nossos ideais… Quais ideais? Não temos mais. Perdemos, esquecemos, deixamos de entender o sentido desta palavra.

São tempos tristes.

Onde estão nossos heróis? Na literatura fast-read, nos filmes água-com-açúcar hollywoodianos, nos jogos ocidentalizados? Nossos heróis morreram também? Restam aqui e ali um ou outro. Cada dia menos, infelizmente.

Não temos exemplos nos quais nos mirar, as crianças não crescem mais querendo ser super-heróis. Querem ser celebridades ocas, vazias e superficiais ou jogadores de futebol, atletas milionários.

Mas eu tenho uma heroína para chamar de minha. Uma flor de pureza florescendo em meio ao lodo de nossa sociedade.

Uma mulher que não comeu o pão que o diabo amassou: come ainda. Diariamente.

Que já passou por quase tudo que se pode passar na vida: desesperança, solidão, fome, falta de teto, de trabalho, de rumo, de sentido, de amor.

Que conquistou cada milímetro do espaço que tem hoje com luta, com dificuldade. Mas que não arredou os pés, não desistiu e não recuou até chegar onde queria. Como se estivesse em uma batalha contra o mundo, contra a vida, com eles negando e ela insistindo e persistindo até vencê-los. “Isto é meu e eu vou conseguir!”

Já perdeu os cabelos de tristeza. E já perdeu os cabelos por doença. Não uma, mas várias vezes. E talvez perca novamente.

E quando a olho, não vejo uma pessoa amargurada, derrotada, abatida. Vejo uma guerreira, forte e exuberante, uma verdadeira flor da juventude, como significa o seu nome.

Clenes Louzeiro

Vejo uma mulher com força para deixar a sua própria vida de lado e discutir a política e o mundo, para lutar pelos direitos que acredita serem justos e defender causas de outros, como se não bastassem as suas próprias.

Vejo uma heroína. A minha e de todos e tantos amigos que conquistou.

Estaremos com você.

“Querida, eu sei que sente medo. Não seria humana se não sentisse. Mas não estará sozinha na quinta-feira. Mesmo que não estejamos presentes fisicamente, estaremos através de nosso amor e de nossa energia. E nosso amor te protegerá e acalentará. Tenha fé e lembre-se: nós te amamos.”

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