Assassin’s Creed 3 tem inúmeros elementos que consagraram a franquia, mas definitivamente é um novo jogo. Sério candidato ao prêmio de melhor jogo do ano, a Ubisoft uniu gráficos de primeira, uma história excelente e uma jogabilidade que deixará alguns jogos do gênero com inveja. Prepare-se para viver diversas aventuras aprendendo a cada passo um pouco da história da revolução americana.

Connor protagoniza uma nova história

O experiente Ezio Auditore deixou a cena para abrir espaço para Connor. Jovem, mestiço, com ideais desconexos e motivação que por vezes se perdem em meio ao intenso trabalho de garoto de recados. Com um pai inglês envolvido na luta contra os patriotas e a mãe morta após um incêndio em sua aldeia, Ratonhnhaké:ton – nome indígena do herói – é levado por caminhos que o transformam em um assassino letal.

A proposta do game é direta, mas talvez seja a mais complicada de todos os jogos da franquia. A Ubisoft não desejava apenas apresentar um novo assassino. A intenção no título era desenvolvê-lo. Apresentar todos os caminhos que levaram um simples índio de uma aldeia devastada a se tornar um agente determinante, tanto nas intenções da poderosa Inglaterra, quanto nas atitudes dos estados que na época ainda não eram unidos.

Talvez por conta deste intenso trabalho de apresentar e desenvolver um herói em apenas um título, a produtora tenha estendido demais a primeira parte da campanha, motivo de reclamação entre muitos fãs da série.

Lugares foram importantes para a revolução como Christ Church, a colina de Bunker Hill e a famosa Wall Street do século 17, com a muralha de estacas de 25 metros no limite da cidade de Nova Amsterdã, foram retratadas fielmente, tornando o jogo uma aula de história. Uma oportunidade única para os interessados no contexto da revolução americana.

Connor cruza com personalidades da época, como Benjamin Franklin, inventor e diplomata que teve participação decisiva na declaração da independência dos Estados Unidos. Além de Franklin, outras figuras importantes participam da história, mesclando ficção e realidade, como Samuel Adams, Benjamin Church e James Barrett.

O contexto histórico funciona como pano de fundo para uma jornada de heroísmo e vingança. Exatamente nesta ordem. Apesar de no início da aventura de Connor parecer que a história teria apenas um vilão, resumida em vingar a morte de amigos e parentes, o assassino se vê em meio há um turbilhão de negociações frustradas, jogos de poder e perigos que podem acabar de vez com seus descendentes.
Ainda inexperiente e buscando ajuda, o jovem encontra um tutor que pertencia à ordem. Disposto a seguir os intensos passos dos Assassinos para salvar sua aldeia, o mestiço mergulha em uma série de missões tutorias pré-determinadas por Aquiles, que algumas vezes são cansativas, outras extremamente interessantes. Intercalando passagens épicas com simples entregas de correspondências, Connor consegue convencer em parte e torna-se um bom substituto para Altair e Ézio.

Completamente diferente das passagens de Connor, Desmond não se encontra no título. Com pouca profundidade no seu enredo e um péssimo carisma, o titular da série parece cada vez mais dispensável. Superficial ao extremo, os diálogos protagonizados por Desmond acrescentam pouco, tornando determinadas partes cansativas e extremamente longas.

Gráficos

Assassin’s Creed 3 traz o melhor resultado gráfico desta geração de consoles. O acabamento do jogo é espetacular, recheado de detalhes que engrandecem a história e servem como representação fiel da época retratada no título. Com uma perspectiva abrangente, embora o jogo se passe apenas em uma determinada época, a produtora destrinchou cenários espetaculares. Dos ambientes fechados à enorme floresta habitada por espécies variadas, tudo é rico em detalhes que engrandecem a obra.

A Inglaterra retratada no primeiro capítulo do jogo, quando ainda se controla Haytham Kenway – pai de Connor -, é uma das sequências mais impressionantes em gameplays já apresentadas na atual geração. Os detalhes do teatro, as cores vivas, os pequenos simbolismos destacados em meio ao movimentado circuito transferem o jogador para um ambiente rico, lotado de possibilidades.

O trabalho de ambientação, principal destaque de toda a franquia, é elevado ao extremo no titulo. Os moradores das vilas e das cidades receberam um acabamento melhor que o das versões anteriores. As roupas são distintas e as expressões são as mais reais da série. Enquanto na história de Connor tudo é rico em detalhes, basta Desmond aparecer para observarmos que nem tudo são flores.

A emblemática mudança de atmosfera pode ser a passagem do título pelo Brasil. Em busca de uma segunda fonte de energia, Desmond viaja para a América do Sul e chega exatamente no dia de um evento de lutas. É notória a queda de qualidade no acabamento do game.

Letreiros em português com placas de procurado em inglês, diálogos extramente controversos (incluindo uma citação questionável com temática sexual), personagens secundários idênticos em movimentação e roupas. Esta é sem dúvidas a pior representação do país em jogos recentes, lembrando que Max Payne 3 e Modern Warfare 2 fizeram um ótimo trabalho.

Esquecendo um pouco do Brasil e dos ambientes fechados e retornando ao extenso cenário formado por Boston, Filadélfia, Nova Iorque e outras cidades, os jogadores poderão se encantar com as travessias navais e batalhas travadas sobre as águas.

Navios gigantes e imponentes, bem acabados e com um ótimo resultado visual. Tudo parece extremamente real. Desde a confecção das roupas dos marinheiros até as texturas que compõem as velas e os mastros. Estão lá as cordas, os barris, as caixas que separam os alimentos, os ambientes de dormir e de diversão. É realmente uma viagem para o alto mar.

Em determinada passagem a Floresta é tomada por uma frente fria que espalha sobre a vegetação uma densa camada de neve. É mais que convincente, é extremamente belo. Perseguir na neve eleva o status de caçador de Connor. Seguindo as pegadas para cercar os inimigos, não é apenas possível identificar um rastro, mas também observar se a pegada pertence a uma pessoa ou a um animal. Bem feito e real.

Gritado aos quatro ventos pela produtora desde o anúncio do lançamento do game, o novo motor Anvil Next não faz feio. A tecnologia foi projetada exclusivamente para o título e cabe perfeitamente no contexto do jogo. A prometida captura de movimentos realmente encanta. A climatização dos cenários, a movimentação dos personagens e as expressões adquiridas pela evolução elevam bastante a qualidade final do jogo.

Por outro lado, o extraordinário sistema de combates anunciado, que deveria elevar a habilidade de assassino de Connor à nova geração, deixou a desejar. Para se ter uma ideia, Batman Arkham Asylum já trazia combates corpo-a-corpo mais inteligentes. Em Assassin’s Creed 3, inimigos não atacam ao mesmo tempo, o sistema de contra-ataque falha em várias ocasiões e atacar um grupo de inimigos é extremamente fácil, pois não importa a quantidade de soldados, eles irão atacar um por vez.

Jogabilidade

Do que seria toda a estrutura desenvolvida pela Ubisoft se a jogabilidade fosse deixada de lado? Em Assassin’s Creed 3, o jogador encontrará a melhor versão de movimentação e combates da franquia, apesar da baixa qualidade quando a única saída é trocar socos.

Produzido completamente do zero por dois anos, o título usa a mesma receita, porém com melhorias evidentes na execução de antigas manobras. Escalar ficou bem mais natural, com obstáculos que, apesar de parecerem perigosos, são transpassados com facilidade pelos personagens.

A primeira experiência com Connor adolescente na floresta passa uma sensação única. O jovem escala as árvores de forma natural, passando a sensação de que viveu mesmo um longo período naquele ambiente, tornando os galhos apenas uma extensão de um caminho sólido por onde ele pode caminhar com segurança.

Uma das grandes apostas do título deixa um pouco a desejar. A sensação de uma floresta habitada por animais selvagens e espécies realmente perigosas é superficial. Após farejar um rastro, os animais são marcados como inimigos no mapa, tornando um ataque surpresa de uma espécie feroz impossível. Na maioria das vezes, os jogadores vão de encontro à caça, não o contrário.

Se por um lado alguns aspectos da floresta são superficiais, por outro, algumas partes são incríveis. Atacar um grupo de casacas vermelhas, executar um por um, esconder-se entre os galhos e caminhar por cima dos inimigos é realmente animador. Connor está em seu território. Usando suas armas, habilidades e atalhos. Ataca como um animal feroz e letal. Na selva, o rei é ele.

Loadings excessivos

Em Assassin’s Creed 3 fica evidente que a atual geral de consoles começa a dar sinais de cansaço. Os inúmeros loadings que separam determinadas partes do cenário incomodam bastante, destruindo por completo a sensação de liberdade e continuidade da história que a produtora gostaria de transmitir.

Apesar de não ficar tão evidente quanto nos outros títulos da série, a aventura de Connor tem problemas no carregamento das imagens e texturas. Em alguns casos surgem personagens do nada, estruturas invisíveis e até mesmo árvores na floresta que demoram a aparecer.

Modos Online

O modo multiplayer do título recebeu melhorias significativas e continua excepcional. Com modos para agradar todos os tipos de jogadores, os controles ficaram ainda mais precisos e existem novas maneiras tanto de identificar os inimigos quanto para se proteger de um provável assassinato.
Apesar da notória melhoria na estabilidade, alguns bugs extremamente irritantes acontecem regularmente. É normal personagens desaparecerem do mapa por instabilidade na conexão de alguns usuários. Em algumas ocasiões os alvos também mudaram sem nenhum motivo aparente, frustrando determinadas investidas mais estratégicas.
Alguns problemas chatos não tiram o brilho do modo de jogo. São oferecidos personagens variados com um ótimo acabamento e histórias distintas. Os mapas disponíveis possuem inspirações em cenários utilizados no modo singleplayer, com a mesma qualidade gráfica e visual da campanha offline.

Conclusão

Assassin’s Creed 3 é sem dúvidas um dos principais candidatos ao prêmio de jogo do ano. Com horas de jogabilidade, personagens interessantes e um enredo que mescla ficção e realidade, o título apresenta um novo protagonista e reinventa sua mecânica de sucesso. A história da revolução americana foi reescrita, em uma versão extremamente menos burocrática, com muito mais adrenalina e ação.

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Anônimo 21/03/2013 - 15:14

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