Cresci em uma pequena cidade do interior de Minas, andando em ruas de pedras, brincando de esconde-esconde, pega-pega. Tinha um cachorro que me esperava perto de casa todos os dias na volta da escola e que latia e balançava o rabo de felicidade ao me ver. O céu era azul com nuvens brancas durante o dia e muito, mas muito estrelado à noite (tanto que sabia onde ficavam várias constelações e minha predileta era a das 3 Marias). Quando chovia, a água era limpa, fresca e sentíamos o cheiro da terra molhada. De manhã víamos o orvalho nas folhas. Naquela época não tínhamos tv, internet nem sonhava em existir e a diversão aos finais de semana era ir nadar na Cascata ou em algum ponto do pequeno rio da cidade.

Na adolescência vim para a “cidade grande”, para o céu sempre cinza e a noite sem estrelas. Troquei os sons e cheiros da natureza pela poluição sonora e auditiva. As brincadeiras de rua pelos jogos de pc ou console e os amigos reais pelos virtuais. A vida deixou de ser simples e passou a ser complexa. Faz parte do crescer, mas às vezes fico imaginando como seria bom voltar a viver daquele jeito natural, fácil e gostoso.

Ni no Kuni é como voltar para casa, para as origens. Ele é puro, claro e cristalino, como beber água direto da fonte. Mas, mais do que um autêntico jRPG, Ni no Kuni é maravilhoso, é lindíssimo, é agradável de ver, ouvir, jogar. Estou encantada e até mesmo emocionada nestas poucas horas de jogo.

Para quem já assistiu os filmes dos Estúdios Ghibli (A viagem de Tchihiro, O castelo no céu e outros) a sensação é de estar jogando um filme. As cenas são delicadamente coloridas e parecem muito reais, apesar do estilo “desenho de quadrinho”.

Oliver ganha Drippy de sua mãe.
O jogo desenvolve-se em torno do personagem principal, Oliver, um garoto de 13 anos que achei uma graça, extremamente carismático. Após uma peraltice (sair de casa à noite, para experimentar um kart construido por um amigo) que acaba mal, sua mãe sofre um ataque do coração e morre. À dor da perda junta-se o remorso e a culpa e Oliver fecha-se em uma profunda tristeza, isolado em seu quarto.

Quando chora sobre um bichinho de pano feito pela sua mãe este ganha vida. Drippy diz ser uma fada vindo de um mundo paralelo, o Reino das Fadas (Ni no Kuni também é chamado de Another World, Outro Mundo) que estaria sobre o domínio de um feiticeiro mau que rouba parte dos corações das pessoas, deixando a população em um estado semi-adormecido pelo coração incompleto.

Drippy foi banido do Reino das Fadas e agora quer que Oliver retorne com ele para juntos derrotarem o feiticeiro. Oliver é convencido a aceitar quando Drippy revela que cada pessoa no mundo real possui um paralelo no outro mundo. A mãe de Oliver era uma poderosa maga no outro mundo que também foi derrotada e banida (ou presa – não entendi direito) pelo feiticeiro. Juntos eles poderão salvar a contra-parte da mãe de Oliver.

Drippy e também outros dois personagens não identificados que observam as cenas falam sobre a lenda de uma criança de coração puro destinada a salvar o mundo e que este seria Oliver.

Outros 3 personagens juntarão-se à Oliver e Drippy em sua jornada: Ester, Swaine e Marcassin. Ainda não sei muito sobre eles.

A estes juntarão-se ainda os Familiares e é por eles que alguns chamam Ni no Kuni de Outro Pokemon. rsrs Os Familiares são “bichinhos” que podem jogar pelo personagem durante as batalhas. Cada personagem pode acionar 3 Familiares (acho que é isso), de forma que uma batalha pode ter mais de 12 “jogadores” lutando.


Mite, o primeiro Familiar de Oliver.

Não sei quantos familiares existem no total, mas seguramente são mais de 200, podem evoluir até o level 99 e possuem 3 formas. Eles são divididos por gêneros como áquaticos, autômatos, aves, etc… e possuem ataques e especialidades diferentes, de forma que termos os healers, os atacantes e por ai vai.

O sistema de combate parece simples e baseado em turnos. Mas não é. Os personagens podem andar na área da luta e os mobs soltam esferas de HP e MP. Se você morrer durante a luta, ou gasta todo seu dinheiro para continuar ou recomeça do último Save Point. E eu já morri algumas vezes. lol

Há ataques normais e skills. Oliver, por exemplo, é mago. Ele ganhará um poderoso livro de magia ao qual irá adicionando novos feitiços e alquimias.



Além de toda a jornada em busca de sua mãe e da diversão da caça de monstrinhos, podemos nos divertir também com as 136 missões que dão itens, tesouros e monstros como recompensa. E se não for suficiente, podemos decifrar os enigmas de Nazcaan, scripts na linguagem do jogo que ensinam novas magias:


Ou participar do torneio no Temple of Trials até a classificação S (level 99) ou jogar caça-níqueis, blackjack e outros no Casino. Finalmente, pode-se completar os 34 troféus até a platina, o que não será muito fácil, tendo que pegar TODOS os baús do jogo, aprender TODAS as magias, tornar-se campeão no torneio e bota outros TODOS na lista (já já publico a lista).

Faltou algo? lol

Completinho. Clássico, tradicional, delicioso. :DD

Merecíamos um jogo como este depois destes últimos anos de sofrimento.

Coisa boa, meu Deus!!!

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0 comment

Unknown 26/01/2013 - 18:12

joguei a demo e gostei muito…vai postar sua jornada neiva?comprarei o meu e acompanharei o blog…

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